sexta-feira, 31 de julho de 2009

Evento sobre Dor

As mais diversificadas terapias da saúde física e mental estão em evidência na 9a edição do Simbidor (Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional Sobre Dor), que acontecerá entre os próximos dias 30 de setembro e 3 de outubro, em São Paulo , e unirá 160 profissionais, sendo 9 internacionais, para a apresentação de estudos e o debate sobre as mais avançadas técnicas para o tratamento da dor.

Diversas patologias e terapias em atividade serão abordadas, contemplando a multiplicidade de especialidades em torno do tema. Dentre alguns destaques desta edição está o curso de cuidados paliativos e de primeiros passos em dor, cujo objetivo é suprir lacuna de conhecimento de duas importantes áreas pouco cobertas pelo setor acadêmico e que atendem especialmente os portadores de dor crônica, especialmente aqueles em estado terminal por alguma doença incurável.

O evento ainda trará um workshop teórico prático da técnica de agulhamento seco no controle da dor miofascial, coordenada pelo especialista Jay Shah.

Mais informações e a programação completa do Simpósio podem ser conferidas pelos telefones 11 3589-3643 e 11 5549-2102, ou no site www.simbidor.com.br.

Acompanhe as novidades do evento no twitter: @simbidor2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A PSICO-ONCOLOGIA


A Oncologia, ou Cancerologia, é a especialidade médica que estuda os tumores malignos, bem como a forma como esses tumores se desenvolvem no organismo e qual o tratamento adequado.

No tratamento oncológico é necessário um atendimento multiprofissional para atender ao paciente na sua totalidade, levando-se em conta aspectos clínicos, psicológicos., sociais e culturais. Sendo assim, pode ter acompanhamento em todas as fases do tratamento, desde o diagnóstico.

A equipe envolve especialidades médicas, enfermeiros, psico-oncologistas, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros. Isso minimiza a necessidade do paciente buscar outros serviços complementares, permitindo agilidade no tratamento e melhor comodidade ao paciente, pois engloba seus aspectos físico, emocional, espiritual e social.

O tratamento pode ser curativo ou paliativo – alívio dos sintomas causados pela doença, buscando a sobrevida e qualidade de vida.


  • OBJETIVO GERAL: A assistência em Psico-Oncologia é direcionada às pessoas portadoras de câncer e visa, primordialmente, melhorar a qualidade de vida do paciente.

A equipe interdisciplinar irá proporcionar ao portador de câncer melhor atendimento, levando-o à conscientização da doença e dos aspectos físicos, orientação quanto aos procedimentos, à alimentação e aos cuidados próprios, bem como atendê-lo em seus aspectos afetivo-emocionais, através de técnicas psicoterápicas, buscando seu equilíbrio bio-psico-social individual e coletivo.

O Papel do Psico-Oncologista:

* Atuar de forma integrada com a equipe profissional envolvida, colaborando, assim, para um atendimento global do paciente, dentro de um enfoque interdisciplinar;
* Trabalhar os conflitos intrapsíquicos que são gerados pela situação vivida pelo paciente, minimizando o sofrimento, fantasias e angústias;
* Possibilitar à pessoa assistida autoconhecimento e clareza dos conflitos, visando qualidade nas suas relações interpessoais e socialização;
* Contribuir para que a equipe de saúde possa desenvolver um maior entendimento sobre os aspectos que permeiam as dificuldades enfrentadas pelo paciente oncológico;

* Realizar grupos terapêuticos com pacientes, bem como com a equipe de saúde e estagiários, a fim de amenizar angústias, ansiedades e problemas enfrentados no contato com o paciente;
* Promover a humanização nos atendimentos.



  • OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Avaliação e acompanhamento psicológico aos pacientes internados ou não em serviços de saúde (hospitais e instituições), estendendo-se esse atendimento aos familiares e acompanhantes do paciente.

§ Promover a saúde psicológica e emocional do paciente oncológico;

§ Fortalecer os recursos de enfrentamento desses pacientes frente à nova condição de vida;

§ Acompanhar, sempre que possível, a pessoa assistida, conscientizando-a de que seu envolvimento e compromisso com o tratamento é importante para o processo e eficácia do mesmo;

§ Oferecer orientação e preparo para a equipe interdisciplinar;

§ Realizar atividades com a equipe propondo temas a serem discutidos e palestras, visando à compreensão dos mesmos sobre os aspectos comportamentais e psicológicos que afetam o paciente com câncer;

§ Grupos de reflexão com a equipe interdisciplinar, visando identificar e trabalhar as dificuldades da equipe ao lidar com a fragilidade do paciente e com a questão da morte.


O trabalho em equipe favorece a comunicação entre os profissionais e a troca de conhecimentos, o que irá possibilitar a compreensão do indivíduo em sua totalidade e as possíveis formas de intervenção com os pacientes.



Formas de Atendimento em Psico-Oncologia


A Psico-Oncologia é uma especialidade que une a Psicologia da Saúde e a Medicina. Surgiu a partir da necessidade de um acompanhamento psicológico diferenciado ao paciente com câncer, à sua família/cuidador e à equipe de saúde envolvida nos cuidados com o paciente. A Psico-Oncologia se utiliza de conhecimentos científicos, educacionais e metodológicos, sempre focando melhor qualidade de vida e fortalecendo os recursos de enfrentamento.

O campo de atuação da Psico-Oncologia é amplo, podendo oferecer atendimento nos hospitais, clínicas especializadas ou em domicílio, quando se faz necessário, e atua em diversas áreas:



  1. Promove e participa de serviços que visam ao atendimento do paciente oncológico – desde o diagnóstico até o pós-tratamento ou cuidado paliativo – da família e dos profissionais responsáveis pelo trabalho;
  2. Desenvolve trabalhos voltados para a prevenção do câncer;
  3. Realiza pesquisas científicas a respeito do câncer;
  4. Realiza atendimento individual aos pacientes internados ou não na forma ambulatorial, aos familiares e profissionais da saúde que trabalham nessa especialidade;
  5. Atua em grupos de apoio ao tabagista.


Com isso, tem-se um atendimento completo e humanizado que se preocupa em esclarecer, apoiar, confortar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

Cristiane Vizzone
Psicóloga clínica e Psico-oncologista
CRP 06/75975
Contato: Santos (13) 9153-2320
São Paulo (11) 7087-5865
cristiane.psico@yahoo.com.br

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Câncer, Depressão e Dor Oncológica



Não é fácil receber uma notícia de diagnóstico de câncer. Essa situação desencadeia algumas reações que variam de pessoa para pessoa. Algumas reagem de forma agressiva com extrema negação do fato. Outras se "paralisam", ficam em estado de choque. E ainda há outras que não querem acreditar. Cada pessoa enfrenta a mesma dificuldade de maneira diferente.

O fato é que, muitas vezes, uma notícia dessa pode levar as pessoas à depressão logo de imediato. A depressão pode ocorrer após o diagnóstico, durante o tratamento ou mesmo após o tratamento, quando este ainda não fora suficiente ou com a suspeita de uma reincidência.
O paciente oncológico quando é acometido pela depressão deve ser tratado e acompanhado, pois a depressão pode levar o indivíduo à apatia a tal ponto de não aderir mais ao tratamento. Além disso, a depressão causa diminuição da resposta ao tratamento, ou seja, baixa sua carga imunológica tornando-se mais difícil a resposta positiva aos procedimentos dispensados.
No entanto, o que pretendo focar aqui é a depressão advinda da dor oncológica. A dor é o sintoma mais incapacitante dentre os demais sintomas que acometem o paciente com câncer e pode ser causada tanto pela própria doença como pelo tratamento. O paciente volta toda sua atenção à dor, não conseguindo se concentrar em outra atividade ou pensamento.
A dor oncológica é um evento que acomete de 50 a 70% dos pacientes com câncer e ocorre em 70 a 90% daqueles que se encontram em estágio avançado da doença. O sintoma que pode levar o paciente à depressão, também leva o paciente depressivo a sentir dor mais intensa. Isso porque a dor oncológica é contínua e de grande intensidade, causando desconforto físico, emocional, social e espiritual no paciente e, ainda, podendo vir acompanhada de ansiedade, luto, problemas financeiros, questionamento sobre vida e morte, entre outras questões que permeiam a vida de cada um.
Em decorrência disso, é necessário ter uma atenção voltada para a dor, tanto por meio de medicamentos como através de técnicas psicoterápicas para o manejo da dor, cujas técnicas podem ser: hipnoterapia, distração, relaxamento, visualização e musicoterapia. São intervenções que amenizam a dor e fortalecem os recursos internos do paciente, encorajando-o a enfrentar a situação e, assim, possibilitando uma resposta positiva ao tratamento, resultando numa melhor qualidade de vida.

Cristiane Vizzone
Psicóloga Clínica e Psico-Oncologista

Membro da SBPO - Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia
CRP 06/75975
cristiane.psico@yahoo.com.br


Bibliografia
Kovács MJ, Kobayaschi C, Santos ABB, Avancini DCF. Implantação de um Serviço de Plantão Psicológico numa Unidade de Cuidados Paliativos. Bol. Psicol 2001

Pessini L. Humanização da Dor e do Sofrimento Humanos na Área da Saúde. In: Bertachini L, Pessini L, editores. Humanização e Cuidados Paliativos. São Paulo: Loyola; 2004.