segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CÂNCER DE MAMA

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o segundo mais comum entre as mulheres, atingindo 22% de novos casos a cada ano, e mais frequente após os 35 anos de idade.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres e ainda é muito temido, devido à sua alta frequência e efeitos psicológicos.
O órgão atingido pela doença tem um significado emocional muito importante para a mulher, pois está associado à fertilidade, maternidade, amamentação, autoestima, autoconceito, imagem corporal, feminilidade, atração e sexualidade.
Para as meninas, o seio é o objeto desejado, idealizado, esperado como símbolo da capacidade feminina. A imagem representativa da feminilidade: provisão, maternidade, sensualidade, doação.
Ao descobrir o surgimento de um tumor maligno, desencadeiam reações psíquicas, como; ansiedade e incertezas do que virá adiante, raiva, frustração, angústia, sentimento de impotência, medo da doença e do tratamento (perda do seio), medo de morrer.
A mulher que perde o seio perde também sua sexualidade na representação simbólica. Sentindo-se com a feminilidade roubada, perde sua autoestima, que atinge diretamente sua sexualidade e afasta-se do convívio social.
A cirurgia, quanto mais conservadora, menor também será o impacto psicológico causado pela auto-imagem. As alterações corporais podem desencadear rejeição e vergonha por parte da paciente. A busca pela cirurgia de reconstrução mamária passa a ser vista como esperança de um retorno à sexualidade, a volta do seio perdido e o alívio no enfrentamento da situação.
A consequências emocionais podem ser muito semelhantes para cada mulher, variando em decorrência de:

- traço de personalidade
- idade
- situação profissional
- nível sócio-educativo
- condição econômica
- posição familiar
- experiências anteriores com câncer
- preconceitos culturais
- informações obtidas sobre o assunto

Portanto, é fundamental o acompanhamento psicológico para fortalecimento dos recursos de enfrentamento diante da doença e dos tratamentos, bem como ressignificar a experiência vivida alcançando qualidade de vida e superação.

Cristiane Vizzone
Psico-oncologista GAPC
CRPSP 75975

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O PSICÓLOGO E O PACIENTE COM CÂNCER

Apesar de termos boas expectativas de tratamento, o diagnóstico de câncer ainda é algo que assusta as pessoas, devido ao estigma da doença.
Quando adoece, a pessoa apresenta alguns sentimentos, como ansiedade, angústia e o medo de estar com câncer. Os abalos emocionais da saúde física surgem com outras preocupações: financeiras, com a alteração no estilo de vida, mudanças na rotina diária, preocupação com o tratamento, com o manejo familiar, entre outros.
Neste momento se faz necessário ter uma Organização no porte do GAPC - Grupo de Assistência aos Portadores de Câncer - com uma estrutura e equipe completa de atendimento especializado no cuidado com o paciente, gratuitamente. O psicólogo irá fornecer suporte psíquico e preparar o paciente para a recuperação de sua força interior.
A Psico-Oncologia - uma especificidade da Psicologia e da Oncologia – proporciona um atendimento diferenciado e auxilia o paciente e seus familiares:
 A obter melhor compreensão da doença (tirando suas dúvidas e aliviando a ansiedade);
 Ajudando-os a lidar melhor com a situação, de uma maneira saudável, fortalecendo seus recursos de enfrentamento;
 Orientando-os quanto à importância do comprometimento no tratamento;
 Trabalhando os aspectos afetivo-emocionais, através de técnicas psicoterápicas;
 Contribuindo para que se sintam acolhidos e confiantes para enfrentarem as dificuldades que se apresentam.
Com isso, tem-se um atendimento global e humanizado que se preocupa em confortar, tratar, apoiar e, assim, melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.