quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CUIDADO PALIATIVO

A medicina aplicada no século XXI segue dois modelos: o modelo curativo e o modelo paliativo.
No modelo curativo, desde a investigação do diagnóstico até o tratamento o objetivo é tratar, erradicar a doença. No modelo paliativo, a atenção é voltada ao paciente e seus sintomas, visando melhor qualidade de vida.
Nos dias de hoje, há certa confusão na transição entre o momento de tratar e o paliar, pois tanto médico quanto paciente buscam novas chances de cura ou sobrevida, o que resulta num tratamento agressivo causando intenso sofrimento ao paciente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
“Cuidados Paliativos são uma abordagem que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento, através da identificação precoce e avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais.”
O cuidado paliativo é um tipo de assistência voltada às pessoas com doenças crônico-degenerativas, onde uma equipe interdisciplinar irá proporcionar alívio dos sintomas e dos desconfortos físicos e emocionais.
O cuidado paliativo se inicia quando não há mais possibilidade de intervenção terapêutica com o intuito de tratar a doença. É quando a doença já se encontra em um estágio avançado e sem cura, cujo tratamento já causa mais desgastes e efeitos colaterais do que a própria enfermidade. Esse período pode ser logo após o diagnóstico (quando tardio) ou após longo processo de tratamento e insucesso do mesmo, com a evolução do tumor.
O “não poder fazer mais nada” representa a morte social que antecede a morte biológica. No entanto, apenas muda-se o foco: a terapia médica continua, mas com novo objetivo que não mais o de tratamento da doença em si.
Os cuidados paliativos não se aplicam exclusivamente aos cuidados na terminalidade. Mesmo pacientes que não estejam em fase terminal de vida podem ser acompanhados por essa especialidade para que se obtenha um tratamento global.
É um tipo de acompanhamento que requer preparo, capacitação e sensibilidade do profissional, pois representa a humanização na saúde, ou seja, o mais possível bem-estar do paciente, alívio dos sintomas, em especial da dor, e assistência multiprofissional que visem a qualidade de vida desses pacientes.
Cuidar paliativamente também é fornecer suporte ao paciente e seus familiares, apoio no momento diante da morte e preparação para o fim de vida. O paciente é ativo em todo o processo de acompanhamento paliativo e é assistido, bem como seus familiares, em seus desconfortos físicos, emocionais, sociais e espirituais. É nesse momento em que o paciente reflete sobre sua vida, sobre a morte e procura elaborar a aceitando da morte de forma tranquila.