quinta-feira, 26 de novembro de 2009

JOGO PATOLÓGICO

O jogo é um passatempo, uma diversão e hoje tem a ver com excitação. A brincadeira é um estado interior. É uma forma de sair da realidade, fantasiar, extravasar.
Ao contrário da criança, o adulto se relaciona de maneira distinta com o jogo. A criança que monta e desmonta castelos, concentra sua atenção no ato de desmoronar e recomeçar. Cada construção é renovada, é vista de forma diferente. Na brincadeira, ela está interagindo com o mundo externo e modificando-o.
O jogo se manifesta através da poesia, da linguagem, das relações amorosas e das relações sociais e leva a pessoa a um mundo fora da realidade, de maneira espontânea, onde o jogador é transportado para a ficção. É imaterial, porém inteiramente concreto para o jogador. Mundo esse onde é permitido novas regras, gozar da liberdade, entrar no faz-de-conta, busca do prazer. Funciona como uma fuga da realidade dura e crua, penosa e cruel. É um escape seguro que possibilita ao indivíduo retornar à realidade quando quiser e aliviado das tensões.
O jogo patológico pode ser definido pela persistência do comportamento de apostar em jogos de azar, apesar de perdas sofridas pelo jogador em diversos âmbitos da sua vida. Aos longo de, pelo menos cinco anos, o jogador irá passar por três fases, as quais:

FASE DA VITÓRIA - onde a sorte levará o indivíduo a jogar mais. O jogador acredita que é invencível, está com sorte, que sabe jogar e começa a querer ganhar mais e mais, pois tem uma crença irreal de que só ganhará. O jogador que não sofre dessa patologia pára por aqui.

FASE DA PERDA - caracterizada pelo comportamento insistente do jogador em continuar apostando, embora tenha sofrido grandes perdas. Chega ao ponto de comprometer sua renda e mergulhar em dívidas.

FASE DO DESESPERO - é a fase em que o indivíduo se percebe sozinho, cheio de dívidas, sem reputação e desejo profundo em recuperar suas vitórias. Encontra-se esgotado físico e psicologicamente, pois se percebe derrotado e sem enxergar apoio e saída para a solução do problema. É uma fase perigosa, pois é iminente a ideação suicida neste momento.
O pensamento do jogador patológico é pouco construtivo, isto é, seu pensamento se limita a apostar e ganhar. Em geral, são pessoas que apresentam pouca capacidade de controle sobre suas vidas e pouca tolerância ao estresse, às perdas e ao enfrentamento diante de dificuldades.
Como mecanismo de defesa, muitos jogadores se afastam, mas a abstinência não é, necessariamente, o foco do tratamento, mas sim o autocontrole. Retomando o controle sobre sua vida, torna-se mais fácil evitar o jogo e, consequentemente, o vício.
Da mesma maneira que existem os grupos de apoio aos alcoólicos e narcóticos anônimos, também existem para o jogador patológico, como o Ambulatório do Jogo Patológico no PROAD/UNIFESP, que foi criado em 1994.


Bibliografia:
RETONDAR, Jeferson José Moebus. A Produção Imaginária de Jogadores Compulsivos: A Poética do Espaço do Jogo. Ed. Vetor. 2004. São Paulo.

OLIVEIRA, Maria Paula Magalhães Tavares de. Dependências: O Homem à Procura de Si Mesmo: Consideração a Respeito de Tratamento e Prevenção de Farmacodependência e Jogo Patológico. Ed. Ícone. 2005. São Paulo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

XIII Jornada Científica InCor - 2009

Serviço de Psicologia do Instituto do Coração
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo


Organização: Serviço de Psicologia do Instituto do Coração - HCFMUSP

Público alvo: Psicólogos, pedagogos, terapeuta ocupacionais, estudantes e profissionais da área de saúde

Período do evento: 09/11/2009

Carga horária: 08:00 - 17:00h

Inscrições: outubro/novembro de 2009

Informações:

- Serviço de Psicologia InCor - Tel: (11) 3069.5290 ou 5427 - psiensino@incor.usp.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo
- Site: www.incor.usp.br - link: Comissão de Ensino (cursos e eventos)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

II JORNADA DE PSICOLOGIA DA SAÚDE, PSICOSSOMÁTICA E PSICO-ONCOLOGIA

= INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:

e-mail: jornadausp@yahoo.com.br
telefone: (11) 9272-7127

LOCAL:
Instituto de Psicologia - USP
Av. Prof. Mello Moraes, 1721.
Auditório da Pós-Graduação, Bloco G.
Cidade Universitária - São Paulo


= ENTRADA GRATUITA - VAGAS LIMITADAS =

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

XXII Congresso de Latinoamericano de Oncologia Pediátrica SLAOP e IV Simpósio Internacional de Tumores do Cótex da Adrenal

No Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa, acontecerá o XXII Congresso de Latinoamericano de Oncologia Pediátrica SLAOP e IV Simpósio Internacional de Tumores do Cótex da Adrenal.

Público Alvo: Oncologistas pediátricos e outros médicos, epidemiologistas, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, outros profissionais de saúde, residentes, associações de pais e voluntários.

Objetivo Geral: A atividade de Ensino tem como objetivo discutir a Especialidade Oncologia Pediátrica como ela se apresenta na América Latina, usufruindo da familiaridade do Espanhol e Português, línguas oficiais do evento. O Simpósio Internacional de Tumores do Córtex da Adrenal se reveste de importância epidemiológica para nosso país, sendo conduzido em Inglês.

Local: Rua Cel. Nicolau dos Santos, 69 - São Paulo - SP
Dias: 4 e 5 de outubro de 2009

Maiores informações pelo tel. 11 3155-0200 ou no site
http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/slaop2009

Inscreva-se!


Cristiane Vizzone
Psicóloga e Psico-oncologista
CRP 06/75975
São Paulo (11) 7087-5865
Santos (13) 9153-2320
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

DEPRESSÃO INFANTIL

Ao contrário do que se pode pensar, a criança e o adolescente também podem apresentam depressão. Estima-se que 2% de crianças e 5% de adolescentes no mundo sofrem de depressão, sendo 1 em cada 20 crianças até os 10 anos de idade.

De acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Child Psychology and Psychiatry, a depressão e a ansiedade afetam até 15% das crianças na fase pré-escolar. É uma grande porcentagem se considerarmos que é uma doença desconhecida por muitos. Além da depressão, as crianças podem apresentar outros distúrbios: de ansiedade, déficit de atenção/hiperatividade, de conduta

A depressão infantil se difere da depressão no adulto, tanto na incidência - antes da puberdade, a depressão tem incidência igual entre meninos e meninas e, na fase adulta, é mais predominante no sexo feminino - como nos sintomas. O diagnóstico é difícil exatamente por não apresentar os sintomas típicos dos adultos. A criança depressiva, geralmente, demonstra agitação e, por isso mesmo, pode ser rotulada como teimosa e desobediente ou ter seu comportamento tolerado por considerar normal em relação à fase em que a criança se encontra. No entanto, o que indicará depressão é a duração e a intensidade dos sintomas, que pode levar semanas ou meses, podendo retornar mais gravemente se não tratada. Os sintomas mais comuns são:

* Baixa autoestima,
* Queixa de cansaço,
* Vontade de ficar isolado,
* Alteração de humor,
* Alteração no sono,
* Falta ou excesso de apetite,
* Ganho ou perda de peso considerável e em curto espaço de tempo,
* Desinteresse pelas atividades habituais,
* Queda no rendimento escolar,
* Ansiedade,
* Irritabilidade,
* Comportamento choroso,
* Agressividade,
* Sentimento de culpa,
* Grande sensibilidade à perda ou rejeição.


A depressão infantil não tem uma causa específica, pode ser desencadeada por algo ou alguma situação que a criança esteja vivendo, como:

* Morte de alguém querido ou do bichinho de estimação,
* Mudança de residência,
* Separação dos pais,
* Nascimento de um irmãozinho,
* Excesso de atividades

A criança ou adolescente com depressão tem maior probabilidade de desenvolver depressão na fase adulta, podendo surgir, também, transtorno bipolar - onde o estado depressivo se altera com euforia.

A depressão infantil é uma doença que afeta diretamente o desenvolvimento emocional e social da criança. Como prevenção, a demonstração de afeto é muito importante. Sentimento de amor, carinho e atenção devem ser demonstrados pelos pais na mesma medida que as broncas e repreensões. Também é importante que os pais e educadores estejam atentos às alterações comportamentais da criança ou adolescente e o momento vivido por ela.
Para o tratamento, pode ser necessário o uso de medicamentos, que é prescrito para crianças a partir dos 6 anos de idade, juntamente com ludoterapia ou psicoterapia.


A terapia comportamental mostrou maior eficácia em ensaios clínicos, resultando numa melhor forma de tratamento. Por meio dela, os especialistas procuram fazer com que os pacientes (re) encontrem prazer nas atividades do seu cotidiano, melhorem as suas relação interpessoais, além de identificar e modificar os padrões de conduta cognitiva que levam à depressão.
A terapia interpessoal também se mostra eficaz no tratamento da depressão, onde os pacientes desenvolvem a capacidade de lidar com as dificuldades pessoais (como perda de relacionamentos, decepções e frustrações).
O tratamento psicoterápico leva o tempo necessário para cada pessoa, considerando que cada um tem seu ritmo.


Referências:

http://www.webartigos.com/articles/3798/1/depressao-infantil/pagina1.html

http://www.clubedobebe.com.br/Palavra%20dos%20Especialistas/psi-daniela-07-03.htm

http://www.drauziovarella.com.br/artigos/dadolescencia.asp


Cristiane Vizzone

Psicóloga e Psico-oncologista

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A PSICOLOGIA

Uma profissão voltada para o desenvolvimento humano e promoção da saúde. São diversas as áreas onde o psicólogo pode atuar, desde a clínica até a empresa, dos hospitais às agências de publicidade. Por falar do ser humano e de comportamento, a psicologia está presente no dia-a-dia da sociedade, de cada um. Sendo assim, a psicologia tem grande contribuição na valorização do crescimento pessoal, na qualidade das relações interpessoais e na busca incessante do equilíbrio emocional e afetivo.

Saiba mais:
http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ciencias-humanas-sociais/profissoes_280026.shtml

Cristiane Vizzone
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

FIBROMIALGIA E ASPECTOS EMOCIONAIS

A Fibromialgia é uma síndrome crônica e de etiologia ainda desconhecida. É caracterizada por dor musculoesquelética que atinge várias áreas do corpo, com localizações em pontos hipersensíveis. Acomete principalmente o sexo feminino (8 mulheres para cada homem), entre as idades de 12 a 55 anos, independente de classe social ou raça.
Diferentes fatores, isolados ou não, podem favorecer o surgimento da fibromialgia, como doenças graves (ex. câncer, infecção grave), traumas emocionais ou físicos (ex. acidente de carro) e mudanças hormonais.
Há quem afirme que a doença possa se iniciar a partir de problemas emocionais, onde o indivíduo apresenta dificuldade em lidar com alguma perda ou conflitos, não consegue elaborar situações conflitivas (coping inadequado). Assim sendo, a dor representa a manifestação do conflito vivido internamente pela pessoa. Sendo intolerável o sofrimento, a pessoa tende a se esquivar do problema, convertendo a dor emocional em um sofrimento físico. Porém, essa dor é real, mas é menos penosa a sensação de dor do que a possibilidade de enfrentar o conflito.
Alguns distúrbios mentais ou emocionais podem aparecer no paciente com fibromialgia, como ansiedade, alteração de humor, dificuldade de concentração, fadiga, alteração do sono, falha de memória e irritabilidade. Esses sintomas pioram a qualidade de vida desses pacientes. Devido a esses sintomas, o paciente inicia seu tratamento com antidepressivos.
A depressão surge em até 71% dos pacientes com fibromialgia, especialmente se ligada a alguma doença grave e crônica. Além disso, há diminuição dos níveis de serotonina em fibromialgia. No entanto, apesar da sintomatologia se assemelhar com a depressão, a fibromialgia não é depressão e nem todos os pacientes com fibromialgia apresentam depressão. O paciente fibromiálgico sem depressão consegue maior controle sobre sua vida, dando seguimento aos seus projetos de vida, mesmo que com interferência da dor.
Devido ao grande impacto da fibromialgia na qualidade de vida desse pacientes, a Psicologia pode oferecer instrumentos e recursos que aliviam os sintomas. Para tanto, é necessário conhecer a personalidade do paciente. O paciente fibromiálgico apresenta padrões elevados como forma de vida, onde ele exige demais de si mesmo e das outras pessoas. São indivíduos extremamente cautelosos, éticos, honestos, trabalhadores, persistentes, virtuosos. Características que exigem enorme desgaste físico e mental, ocasionando estresse e tensão, dois grande inimigos da fibromialgia.
Para a Psicologia da Saúde, o paciente é um agente de seu próprio estado de saúde e doença, um ator em seu processo de cura e manutenção da saúde. O papel do Psicólogo se inicia na avaliação da interação entre o paciente, a doença e o meio. Em resumo, terá que levar em conta os aspectos cognitivos, culturais e emocionais da dor que o paciente apresenta.
Algumas técnicas também são utilizadas pela Psicologia para aliviar essa tensão e baixar o estresse e ansiedade, tais como: Relaxamento, Visualização, Sensibilização, Treino de Controle de Estresse e Reestruturação Cognitiva.
A dor permanece, mas o indivíduo readquire a capacidade de enfrentar seus problemas, seguir sua vida normalmente e com qualidade de vida.



Referências Bibliográficas:

BRASIO, K. M.; LALONI, D. T.; FERNANDES, Q. P.; BEZERRA, T. L.. Comparação entre Três Técnicas de Intervenção Psicológica para Tratamento da Fibromialgia: Treino de Controle de Estresse, Relaxamento Progressivo e Reestruturação Cognitiva. Rev. ciênc. méd., (Campinas);12(4):307-318, out.-dez. 2003.
FELDMAN, D. Vírus de Epstein-Barr e Síndrome de Fibromialgia. (tese de doutorado). São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1990.
PAIVA, E. S. Agrupamento de Pacientes com Fibromialgia baseado em Limiar de Dor e Fatores Psicológicos. www.fibromialgia.com.br, 21/2/2004.
RACHLIN, E. S. Myofascial Pain and Fibromyalgia: Trigger Point Management. USA: Mosby-Year Book, Inc., 1994.


Cristiane Vizzone
CRP 75975
Psicóloga Clínica e Psico-Oncologista
Membro da SBPO – Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia
Tels.: Santos (13) 9153-2320
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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Evento sobre Dor

As mais diversificadas terapias da saúde física e mental estão em evidência na 9a edição do Simbidor (Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional Sobre Dor), que acontecerá entre os próximos dias 30 de setembro e 3 de outubro, em São Paulo , e unirá 160 profissionais, sendo 9 internacionais, para a apresentação de estudos e o debate sobre as mais avançadas técnicas para o tratamento da dor.

Diversas patologias e terapias em atividade serão abordadas, contemplando a multiplicidade de especialidades em torno do tema. Dentre alguns destaques desta edição está o curso de cuidados paliativos e de primeiros passos em dor, cujo objetivo é suprir lacuna de conhecimento de duas importantes áreas pouco cobertas pelo setor acadêmico e que atendem especialmente os portadores de dor crônica, especialmente aqueles em estado terminal por alguma doença incurável.

O evento ainda trará um workshop teórico prático da técnica de agulhamento seco no controle da dor miofascial, coordenada pelo especialista Jay Shah.

Mais informações e a programação completa do Simpósio podem ser conferidas pelos telefones 11 3589-3643 e 11 5549-2102, ou no site www.simbidor.com.br.

Acompanhe as novidades do evento no twitter: @simbidor2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A PSICO-ONCOLOGIA


A Oncologia, ou Cancerologia, é a especialidade médica que estuda os tumores malignos, bem como a forma como esses tumores se desenvolvem no organismo e qual o tratamento adequado.

No tratamento oncológico é necessário um atendimento multiprofissional para atender ao paciente na sua totalidade, levando-se em conta aspectos clínicos, psicológicos., sociais e culturais. Sendo assim, pode ter acompanhamento em todas as fases do tratamento, desde o diagnóstico.

A equipe envolve especialidades médicas, enfermeiros, psico-oncologistas, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros. Isso minimiza a necessidade do paciente buscar outros serviços complementares, permitindo agilidade no tratamento e melhor comodidade ao paciente, pois engloba seus aspectos físico, emocional, espiritual e social.

O tratamento pode ser curativo ou paliativo – alívio dos sintomas causados pela doença, buscando a sobrevida e qualidade de vida.


  • OBJETIVO GERAL: A assistência em Psico-Oncologia é direcionada às pessoas portadoras de câncer e visa, primordialmente, melhorar a qualidade de vida do paciente.

A equipe interdisciplinar irá proporcionar ao portador de câncer melhor atendimento, levando-o à conscientização da doença e dos aspectos físicos, orientação quanto aos procedimentos, à alimentação e aos cuidados próprios, bem como atendê-lo em seus aspectos afetivo-emocionais, através de técnicas psicoterápicas, buscando seu equilíbrio bio-psico-social individual e coletivo.

O Papel do Psico-Oncologista:

* Atuar de forma integrada com a equipe profissional envolvida, colaborando, assim, para um atendimento global do paciente, dentro de um enfoque interdisciplinar;
* Trabalhar os conflitos intrapsíquicos que são gerados pela situação vivida pelo paciente, minimizando o sofrimento, fantasias e angústias;
* Possibilitar à pessoa assistida autoconhecimento e clareza dos conflitos, visando qualidade nas suas relações interpessoais e socialização;
* Contribuir para que a equipe de saúde possa desenvolver um maior entendimento sobre os aspectos que permeiam as dificuldades enfrentadas pelo paciente oncológico;

* Realizar grupos terapêuticos com pacientes, bem como com a equipe de saúde e estagiários, a fim de amenizar angústias, ansiedades e problemas enfrentados no contato com o paciente;
* Promover a humanização nos atendimentos.



  • OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Avaliação e acompanhamento psicológico aos pacientes internados ou não em serviços de saúde (hospitais e instituições), estendendo-se esse atendimento aos familiares e acompanhantes do paciente.

§ Promover a saúde psicológica e emocional do paciente oncológico;

§ Fortalecer os recursos de enfrentamento desses pacientes frente à nova condição de vida;

§ Acompanhar, sempre que possível, a pessoa assistida, conscientizando-a de que seu envolvimento e compromisso com o tratamento é importante para o processo e eficácia do mesmo;

§ Oferecer orientação e preparo para a equipe interdisciplinar;

§ Realizar atividades com a equipe propondo temas a serem discutidos e palestras, visando à compreensão dos mesmos sobre os aspectos comportamentais e psicológicos que afetam o paciente com câncer;

§ Grupos de reflexão com a equipe interdisciplinar, visando identificar e trabalhar as dificuldades da equipe ao lidar com a fragilidade do paciente e com a questão da morte.


O trabalho em equipe favorece a comunicação entre os profissionais e a troca de conhecimentos, o que irá possibilitar a compreensão do indivíduo em sua totalidade e as possíveis formas de intervenção com os pacientes.



Formas de Atendimento em Psico-Oncologia


A Psico-Oncologia é uma especialidade que une a Psicologia da Saúde e a Medicina. Surgiu a partir da necessidade de um acompanhamento psicológico diferenciado ao paciente com câncer, à sua família/cuidador e à equipe de saúde envolvida nos cuidados com o paciente. A Psico-Oncologia se utiliza de conhecimentos científicos, educacionais e metodológicos, sempre focando melhor qualidade de vida e fortalecendo os recursos de enfrentamento.

O campo de atuação da Psico-Oncologia é amplo, podendo oferecer atendimento nos hospitais, clínicas especializadas ou em domicílio, quando se faz necessário, e atua em diversas áreas:



  1. Promove e participa de serviços que visam ao atendimento do paciente oncológico – desde o diagnóstico até o pós-tratamento ou cuidado paliativo – da família e dos profissionais responsáveis pelo trabalho;
  2. Desenvolve trabalhos voltados para a prevenção do câncer;
  3. Realiza pesquisas científicas a respeito do câncer;
  4. Realiza atendimento individual aos pacientes internados ou não na forma ambulatorial, aos familiares e profissionais da saúde que trabalham nessa especialidade;
  5. Atua em grupos de apoio ao tabagista.


Com isso, tem-se um atendimento completo e humanizado que se preocupa em esclarecer, apoiar, confortar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

Cristiane Vizzone
Psicóloga clínica e Psico-oncologista
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Câncer, Depressão e Dor Oncológica



Não é fácil receber uma notícia de diagnóstico de câncer. Essa situação desencadeia algumas reações que variam de pessoa para pessoa. Algumas reagem de forma agressiva com extrema negação do fato. Outras se "paralisam", ficam em estado de choque. E ainda há outras que não querem acreditar. Cada pessoa enfrenta a mesma dificuldade de maneira diferente.

O fato é que, muitas vezes, uma notícia dessa pode levar as pessoas à depressão logo de imediato. A depressão pode ocorrer após o diagnóstico, durante o tratamento ou mesmo após o tratamento, quando este ainda não fora suficiente ou com a suspeita de uma reincidência.
O paciente oncológico quando é acometido pela depressão deve ser tratado e acompanhado, pois a depressão pode levar o indivíduo à apatia a tal ponto de não aderir mais ao tratamento. Além disso, a depressão causa diminuição da resposta ao tratamento, ou seja, baixa sua carga imunológica tornando-se mais difícil a resposta positiva aos procedimentos dispensados.
No entanto, o que pretendo focar aqui é a depressão advinda da dor oncológica. A dor é o sintoma mais incapacitante dentre os demais sintomas que acometem o paciente com câncer e pode ser causada tanto pela própria doença como pelo tratamento. O paciente volta toda sua atenção à dor, não conseguindo se concentrar em outra atividade ou pensamento.
A dor oncológica é um evento que acomete de 50 a 70% dos pacientes com câncer e ocorre em 70 a 90% daqueles que se encontram em estágio avançado da doença. O sintoma que pode levar o paciente à depressão, também leva o paciente depressivo a sentir dor mais intensa. Isso porque a dor oncológica é contínua e de grande intensidade, causando desconforto físico, emocional, social e espiritual no paciente e, ainda, podendo vir acompanhada de ansiedade, luto, problemas financeiros, questionamento sobre vida e morte, entre outras questões que permeiam a vida de cada um.
Em decorrência disso, é necessário ter uma atenção voltada para a dor, tanto por meio de medicamentos como através de técnicas psicoterápicas para o manejo da dor, cujas técnicas podem ser: hipnoterapia, distração, relaxamento, visualização e musicoterapia. São intervenções que amenizam a dor e fortalecem os recursos internos do paciente, encorajando-o a enfrentar a situação e, assim, possibilitando uma resposta positiva ao tratamento, resultando numa melhor qualidade de vida.

Cristiane Vizzone
Psicóloga Clínica e Psico-Oncologista

Membro da SBPO - Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia
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Bibliografia
Kovács MJ, Kobayaschi C, Santos ABB, Avancini DCF. Implantação de um Serviço de Plantão Psicológico numa Unidade de Cuidados Paliativos. Bol. Psicol 2001

Pessini L. Humanização da Dor e do Sofrimento Humanos na Área da Saúde. In: Bertachini L, Pessini L, editores. Humanização e Cuidados Paliativos. São Paulo: Loyola; 2004.

sábado, 4 de abril de 2009

Drogas e Crianças

A informação é um direito de todos e é essencial. Informação está ligada à liberdade, pois esclarece ao indivíduo e faz com que se consiga tomar decisões de maneira consciente e coerente com a realidade externa e consigo mesmo. A informação é uma porta para novos caminhos, para o conhecimento. Quanto mais informação, mais liberdade para decidir sobre a própria vida.
A droga está muito presente na vida das crianças. Elas costumam ver os adultos ingerindo bebidas alcoólicas, fumando ou tomando medicamentos diversos, seja para determinado alívio, seja para dormir.
Para prevenir o uso de drogas, é necessário levar informação às crianças, bem como educá-las para ter e manter uma vida saudável e responsável, pois a decisão pelo uso da droga pode ser uma opção pessoal ou circunstancial. Tudo depende de diálogo, o esclarecimento de dúvidas e a busca por uma vida mais saudável e protegida de conseqüências causadas pelas drogas.
Deve-se falar sobre tudo com as crianças, especialmente sobre as drogas. O diálogo aberto é fundamental para que a criança se sinta à vontade para conversar com os pais e buscar informações primeiramente a eles.

É importante levantar com as crianças:

- O elas sabem e pensam sobre as drogas.
- Se elas sabem que medicamentos são drogas e que deve ser tomado somente se trouxer algum benefício à saúde e sob orientação médica.
- Mostrar a elas que as pessoas que usam drogas, buscam: alívio de sintoma de dor, tratamento ou cura de uma doença (no caso de medicamentos), para se sentir bem, comemorar, aliviar sentimentos ruins (no caso do tabaco e bebida alcoólica), etc. Mas que causam algum mal e dependência.
- Desmistificar “homem mau oferece drogas”. Muitas vezes, o colega "bacana" é quem chega com a droga e oferece à criança.

Por fim, é extremamente importante o esclarecer às crianças sobre os malefícios causados por qualquer tipo de droga. Somente assim, estaremos formando adultos livres e capazes de refletir suas escolher e viver de maneira saudável e com qualidade de vida.